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Informações Socioeconômicas de Indaiatuba
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Logística, um setor em alta na região de Campinas

Basta entrar em um site de empregos na internet para constatar que o tecnólogo em logística
está no topo da lista de profissionais mais procurados na região metropolitana de Campinas (RMC).
A carência de perfis qualificados, com o curso superior específico na área, é um dos principais
gargalos de empresas que lidam com transporte e armazenamento de produtos.

O fato de a região ser cortada pelas principais estradas do País e abrigar o Aeroporto Internacional
de Viracopos é um chamariz para as principais companhias do setor. Mas poucos profissionais
têm o conhecimento para gerenciar pessoas de forma que o processo funcione da melhor maneira
ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

O mesmo quadro é encontrado nas principais regiões metropolitanas do País
e o especialista em logística foi indicado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan)
como uma das profissões que vão estar em alta até 2020. Apesar de o salário
 inicial médio estar abaixo dos engenheiros, cerca de R$ 2,5 mil, um gerente de logística
de uma grande empresa ganha aproximadamente R$ 10 mil, segundo especialistas.

A remuneração atrai técnicos que já trabalham na área, mas em divisões operacionais,
para o curso superior. Por isso, muitos alunos de logística são profissionais acima
dos 30 anos, buscando um salto na carreira.

O tecnólogo em logística busca, antes de qualquer coisa, aprimorar o desempenho organizacional
de uma empresa. É ele que avalia, projeta e implementa sistemas de transporte, armazenamento,
compra e distribuição de um negócio — tudo de forma econômica, rápida e segura.
O especialista pode atuar na controladoria, coordenação, expedição e almoxarifado, entre outros.

O coordenador do curso tecnólogo em logística na Faculdade Anhanguera de Campinas,
José Vieira de Carvalho, afirmou que hoje o profissional formado pode atuar até no departamento
de aquisição da matéria-prima e setor de atendimento e satisfação do cliente. “A logística não é
mais só transporte. Ela envolve toda a cadeia de suprimentos”, explicou.

Carvalho disse que os estudantes são capacitados para gerir pessoas e trabalhar em um
ambiente organizacional. É necessário que o profissional tenha conhecimento de tudo
o que ocorre na empresa. “É fundamental que ele seja flexível e tenha interesse em
saber o que se faz em outras áreas da companhia”, afirmou. O tecnólogo também é o
canal de comunicação com os clientes e ainda opera sistemas eletrônicos.

O curso, no entanto, se difere pela duração: são apenas dois anos para o aluno sair com
o diploma de Ensino Superior. Com disciplinas específicas, o coordenador explicou que o período
é suficiente para formar o profissional que as empresas mais procuram. Entre as matérias da
grade curricular estão processos gerenciais, intermodais de transporte,
logística reversa e responsabilidade social. “Hoje, a ecologia faz parte do dia a dia do profissional
de logística.Todos os processos devem estar de acordo com as leis ambientais e eles devem
planejar tudo visando minimizar danos à natureza.”

Outra questão que deve estar na lista de prioridades do tecnólogo é a segurança,
de acordo com Carvalho. O aumento dos índices de roubo de carga, principalmente
na RMC, obriga os profissionais a pensar em estratégias e a utilizar tecnologias cada
vez mais avançadas contra a criminalidade. “É um profissional de muita responsabilidade.
Mas que está sendo bem remunerado. Um gerente de logística chega a ganhar até R$ 12 mil”,
afirmou o coordenador.

Cargo exige visão ampla e estratégica

O estudante de logística de Campinas Diogo Ricardo Turchetti, de 19 anos, já havia feito
o técnico na área antes de ingressar no curso superior. Para ele, o tecnólogo enxerga a empresa
de uma maneira mais estratégica. “Ele compartilha informações de todos os setores de uma
empresa e está presente em todos os processos.”

Turchetti disse que pretende trabalhar na região depois de se formar. “Vou receber o diploma
no final do ano, mas já comecei a procurar emprego. O que não falta em Campinas é vaga em
logística e vou começar em breve a participar de entrevistas.”

O currículo do curso mescla disciplinas de ciências exatas, como estatística e física, e sociais
aplicadas, como administração e marketing. Além disso, estuda-se matérias bem específicas da
área, como legislação aduaneira, comércio exterior, cadeia de suprimentos, armazenamento e
manuseio de materiais, distribuição logística, formação de preço e terceirização de serviços.
Também é importante conhecer cada um dos sistemas de transporte.


Curso superior abre portas em mercado promissor


Todo mês há notícias de investimentos na ampliação de intermodais, além de construção de
centros de logística na RMC. Além da expansão do Aeroporto Internacional de Viracopos, que deve
ter a primeira fase concluída em 2014, o governo do Estado anunciou a privatização do aeroporto
Campo dos Amarais, criando mais um canal de transporte de produtos para empresas. Apenas
Sumaré irá receber cerca de R$ 1 bilhão em recursos privados para a construção de centros
de distribuição de produtos até 2015, que devem gerar pelo menos 13 mil empregos nos próximos
três anos.

De olho na crescente demanda, Cícero de Oliveira Vasconcelos, de 40 anos, fez o curso de
tecnólogo em logística ao se mudar para Valinhos. Contou também o fato de Vasconcelos ter
trabalhado por 15 anos em empresas de transportes. “Era funcionário de uma transportadora na
Capital. Quando vim para a região, comecei a fazer o curso. Percebi que poderia ganhar o dobro
com o diploma. O curso é curto, não é cansativo”, explicou.

Para Vasconcelos, planejamento é a palavra-chave para o profissional da área. Ele explicou que
é preciso colocar no papel custos, equipamentos e pessoal para gerir a cadeia de suprimentos
de uma empresa. “Somos um gerente. A verdade é que resolvemos problemas o dia inteiro.
O planejamento ajuda a minimizar as intercorrências dos processos.” Ainda segundo o tecnólogo,
falta gente especializada na área. Nas entrevistas de emprego para os melhores cargos, muitos
são recusados por não terem o curso superior. “Não basta somente ter experiência em logística.
Tem que saber coordenar, fazer cálculos. Por isso, quem se encaixa em boas vagas cresce muito
rápido em dois anos, dá para ganhar até R$ 5 mil.”
 
 
FONTE: https://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/08/capa/projetos_correio/cenario_xxi/109077-logistica-um-
setor-em-alta-na-regiao-de-campinas.html